Lauro
Brito de Almeida, Dr. EAC|FEA|USP(1)
Tradicionalmente
qualquer oferta de serviços relacionados a modelos de gestão econômica para as
organizações, quer sejam com fins lucrativos ou não, ocorre em um ambiente de
consultoria, evidentemente mediante uma contrapartida financeira. Esse é o
modelo de negócios atual.
A questão, ora proposta para discussão está explícita no título deste post: Modelos de Gestão
Econômica Livre ... Por que não? Para os propósitos desta nossa reflexão, o termo gestão econômica abrange áreas de conhecimento e prática
profissional referente à contabilidade de custos, análise gerencial de custos, orçamento
empresarial, plano de negócios, usualmente adequadas e sugeridas para suporte aos
gestores no processo de gestão e decisão nas organizações.
A ideia – e
materialização – de disponibilizar um produto livre tem sua origem na área de
tecnologia de informação. Nos modelos tradicionais de negócios em tecnologia da
informação, o produto software é
categorizado como sistema proprietário, sendo sua propriedade intelectual
pertencente à empresa proprietária e a cessão do uso é mediante o pagamento de
uma taxa de licença.
Por outro
lado, os softwares na categoria livre
são sistemas abertos e, no seu processo de desenvolvimento e produção, uma
característica fundamental é contar com a colaboração de comunidades de
programadores. Sendo uma construção coletiva, moralmente há o impedimento de
cobrança pelas licenças de uso e tampouco a possibilidade do registro e
domínio do produto por um dos participantes. São exemplos mais conhecidos: a
produção de softwares e a internet.
A proposta,
em discussão, é o desenvolvimento e disponibilização de modelos de gestão econômica livre, em um ambiente de colaboração de
comunidades. Estas comunidades serão integradas por acadêmicos, alunos,
praticantes, entre outros atores. A semelhança do ocorrido com as empresas de
tecnologia da informação, num horizonte de médio para longo prazo, um novo
modelo de negócio na prestação de serviços com produtos de gestão econômica estará surgindo.
Dado que os modelos de gestão econômica livre, de
certa forma, estarão disponíveis num formato padrão, as organizações - por
comodidade operacional ou necessidades específicas decorrente de
características dos processos físico-operacionais e/ou modelos de negócio -
demandando serviços para implementação, treinamento etc.
Assim como,
na área de tecnologia da informação, é meu entendimento, que trabalhar num
ambiente colaborativo de comunidades traz enormes vantagens, em especial quanto
ao compartilhamento de novas ideias sobre um determinado tema, bem como
maneiras diferentes de olhar o mesmo objeto.
Nesse contexto, as pequenas e médias empresas, bem como outros tipos de entidades formam o público alvo. Essas organizações - com fins lucrativos ou não - serão as potenciais usuárias dos modelos de gestão
econômica livre. Dada a limitada capacidade de geração de recursos dessas organizações, uma das preocupações a ser considerada, em especial para aquelas que precisem da
interveniência de terceiros para a plena utilização dos modelos de gestão econômica livres é prover a um baixo custo os serviços de
implementação, treinamento etc.. Portanto, está lançado o convite para
continuarmos a reflexão sobre o desenvolvimento, oferta e disponibilização de Modelos de Gestão Econômica Livre.
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