segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MP 579/2012... um festival de assimetria de informação

Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC|FEA|USP(1)
Caro leitor, como eu, você também notou que a edição da MP 579/2012 tem provocado lances dignos dos bons filmes de suspense que retratam a época da guerra fria. Os interesses permeiam e orientam as informações divulgadas e amplificadas nas mídias. É interessante como cada um busca defender o seu quinhão, aparentemente, sem maiores preocupações com o país, sociedade etc [como sou utópico!].
Nessa balbúrdia, sinto falta de textos com análises isentas, sem viés. De um lado, os "analistas de mercado" [ou serão, vendedores, corretores de ações?!]. De outro, empresas de consultorias, auditores e grandes bancas de advocacia especializada no assunto. Cada um dos interessados, de olho no gordo filão de assessoria, utiliza o privilegiado espaço na mídia [inacessível para os mortais comum, como este escriba], e nas suas posições um mensagem subliminar de venda: "Eu sou o mais competente para defender seus interesses". É só uma constatação.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Contabilidade Ambiental [Parte 03_05]


Luiz Panhoca(*)
Este é o terceiro artigo de uma série que discute relações ente a contabilidade e o ambiente. Alguns a classificam de Contabilidade Ambiental. Os artigos anteriores caso interessem ao leitor encontra-se neste blog.
No primeiro artigo tratamos da dificuldade de se definir e, mais ainda, contabilizar a sustentabilidade. No segundo abordamos se as informações explicitam as duvidas dos interessados.
Dentre as contribuições da contabilidade para o conhecimento podemos destacar entre muitas o Método das Partidas Dobradas, ou Método Veneziano descrito por Luca Pacioli no livro "Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornaliti" em 1494. Não é uma troca como muitos podem pensar...., é questão de fontes ou origens e aplicações. A um “investimento sempre existe um financiador”.

domingo, 4 de novembro de 2012

Saneamento básico, desoneração tributária e risco moral


Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC|FEA|USP(1)
Marcos Antonio de Souza, Dr. EAC|FEA|USP(2)
Serviços de água e esgoto precisam de R$ 420 bi até 2030. Essa foi a frase utilizada pelo Valor [Brasil Especial, A8, 1,2,3 e 4/11/2012] para destacar o volume de recursos monetários necessários para investir na universalização dos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto para a população brasileira. O Brasil, conforme o Valor:
Sexta maior economia do mundo, [...] tem um desafio árduo pela frente: universalizar os serviços de água e esgoto para os mais de 190 milhões de brasileiros das cinco regiões do país, cujas redes de saneamento ostentam históricos déficits. Cerca de 60% do esgoto são lançados a céu aberto, enquanto 54% dos domicílios não possuem rede coletora. Do lado de abastecimento de água, a realidade também é dura: 55% dos pouco mais de 5.500 municípios poderão conviver com déficit de abastecimento hídrico nos próximos anos, enquanto um em cada cinco lares não tem água encanada.
Não é por menos que essa cifra bilionária, necessária para disponibilizar um dos principais serviços básicos a sociedade, desperte a atenção dos empresários. Apesar de não haver 

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Contabilidade Ambiental [Parte 02_05]


Luiz Panhoca(*)
Este é o segundo artigo de uma série que discute as relações entre a contabilidade e o ambiente. Alguns a classificam de Contabilidade Ambiental.
No primeiro artigo tratamos da dificuldade de se definir e mais ainda contabilizar a sustentabilidade. Neste segundo artigo perguntamos: As empresas explicitam o passivo ambiental como uma informação aos investidores?
As informações contábeis são a representação em números (valores) das ações de uma entidade. A semiótica, a representação, o que acontece no mundo empírico é mostrado pela contabilidade, pelo Sistema Relacional Numérico. Isso é nosso preceito básico: informação. A régua para medirmos a dimensão dos acontecimentos é a moeda, no nosso caso: Reais [R$].

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Avaliação relativa e avaliação por múltiplos de mercado


Evandir Megliorini, Dr. EAC|FEA|USP(1)
Avaliar um ativo - empresa, um negócio ou qualquer outro tipo - não é uma atividade trivial. Além de contarmos com um leque de métodos e técnicas, influem também variáveis internas e externas, o contexto e interesses outros das partes envolvidas. O objetivo deste post é discorrer sobre os métodos de avaliação denominados (i) avaliação relativa e (ii) avaliação por múltiplos de mercado.
No processo de avaliação um problema adicional surge quando os objetos de avaliação são

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pardoxos [I]


Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC|FEA|USP(1)
Ler, para mim é um ato de prazer e também dever de ofício. Confesso: algumas notícias me deixam perplexo. O estudo “Medindo a sociedade da informação”, realizado pela União Internacional das Telecomunicações [UIT] [Folha de São Paulo, caderno mercado, B1, 16/10/2012], relativo ao ano de 2011 revela alguns achados interessantes sobre as empresas de telefonia e hábitos de consumo dos brasileiros. Chama a atenção, que entre os países pesquisados, os consumidores brasileiros, usuários de telefone celular ocupam a décima posição entre aqueles que mais comprometem a renda com esse tipo de despesa.

domingo, 21 de outubro de 2012

Contabilidade Ambiental [Parte 01_05]


Luiz Panhoca(1)
Este é o primeiro post de uma série que discute as relações entre a contabilidade e o ambiente. Alguns a classificam de Contabilidade Ambiental.
Lemos com frequência noticias alarmantes de utilização exacerbada de materiais ou de práticas que esgotam os recursos da terra para gerar produtos relacionados com a moda, com tendências de consumo ou mesmo produtos essenciais ao nosso modo de vida.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Modelos de Gestão Econômica Livre ... Por que não?


Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC|FEA|USP(1)
Tradicionalmente qualquer oferta de serviços relacionados a modelos de gestão econômica para as organizações, quer sejam com fins lucrativos ou não, ocorre em um ambiente de consultoria, evidentemente mediante uma contrapartida financeira. Esse é o modelo de negócios atual.
A questão, ora proposta para discussão está explícita no título deste post: Modelos de Gestão Econômica Livre ... Por que não? Para os propósitos desta nossa reflexão, o termo gestão econômica abrange áreas de conhecimento e prática profissional referente à contabilidade de custos, análise gerencial de custos, orçamento empresarial, plano de negócios, usualmente adequadas e sugeridas para suporte aos gestores no processo de gestão e decisão nas organizações.

domingo, 14 de outubro de 2012

Terceirização e variabilidade dos custos da mão-de-obra


Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC|FEA|USP(1)
[Introdução] A aprovação em comissão especial do Projeto de Lei no. 4.330, de 2004, proposto pelo deputado Sandro Mabel [PR-GO] relativo à regulamentação da terceirização, trouxe novas cores ao debate entre os que se posicionam a favor e contra. Independente da fase em que se encontra o Projeto de Lei no trâmite burocrático, a discussão – em especial aquelas fundamentadas tecnicamente – são sempre bem vindas. Nesse sentido, o Sr. Paulo Schmidt, vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho [ANAMATRA],em artigo publicado no Valor [2012, p.E2, 25/01], “Terceirização, um alerta à presidente Dilma”, argumenta:

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O uso do cachimbo deixa a boca torta ....

Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC/FEA/USP(1)
A julgar pelas notícias na imprensa especializada em negócios, a convergência das práticas de contabilidade no Brasil às normas do IFRS, no que diz respeito a consolidação de balanços corre riscos de distorções. O fio indutor das possíveis distorções, como não poderia deixar de ser, tem em sua origem uma disputa entre as partes diretamente envolvidas de como divulgar os resultados consolidados quando os negócios estão desenhados sob o formato jurídico de joint ventures
Para se ter uma idéia de como os interesses dos agentes que divulgam as informações tumultuam o ambiente, texto publicado com o irônico título "E o rabo vai balançar o cachorro" pelo Valor Econômico [p. B2, edição de 6,7,8 e 9/9/2012] afirmava:  

sábado, 29 de setembro de 2012

Mão-de-obra, encargos sociais, competitividade e riscos operacionais

Lauro Brito de Almeida, Dr. EAC/FEA/USP(1)
[Introdução] O debate recente em torno das preocupações com a mão-de-obra e competitividade da indústria manufatureira tem ocupado espaço na mídia especializada ou não em negócios e economia. Também, tem sido o mote para análises, estudos, objeto de incentivos governamentais e porque não, recorrentemente de variadas reclamações. Líderes empresariais de diversos segmentos econômicos, recentemente manifestaram suas preocupações sobre os impactos e desdobramentos dos custos e encargos sociais, qualificação e disponibilidade da mão-de-obra em nosso país [Valor Econômico, 08/05/2012: A1, A16].